Suspeitos pelo estupro e morte de Maísa, São transferidos para Chapadinha, população se revolta em Urbano Santos

terça-feira, novembro 24, 2015
Multidão ficou revoltada com estupro e morte de uma criança de apenas seis anos de idade, em Urbano Santos. Suspeitos do crime foram transferidos para a cidade de Chapadinha.
Maísa foi estuprada, espancada e deixada em matagal para morrer/ Foto de veículos da PM, momento em que chegam ao CDP de Chapadinha com os suspeitos do crime.  
Do G1 MA/E dição Alexandre Cunha 
Centenas de moradores da cidade de Urbano Santos, a 269 quilômetros de São Luís (MA), depredaram, no começo da noite desta terça-feira (24), o Fórum da cidade, assim como veículos do judiciário e viaturas da polícia.  A onda de violência foi causada pela transferência de quatro suspeitos de estuprar e assassinar uma criança de seis anos de idade, no último fim de semana, no bairro Queimadas.

Os suspeitos de terem cometido o crime foram transferidos para a delegacia da cidade de Chapadinha, a 62 quilômetros de Urbano Santos. Com a transferência, o protesto fugiu do controle da polícia e vários prédios e veículos públicos passaram a ser depredados.
Sala do Fórum em Urbano Santos foi parcialmente incendiada (Foto: M.P/ Divulgação
Segundo relatos de moradores, o clima na cidade é tenso e as autoridades estão pedindo para que as pessoas não saiam de casa, disse uma moradora ao G1. “Tentaram colocar fogo no fórum, mas o sistema anti-incêndio evitou. Dois carros do Corpo de Bombeiros foram para o local. A Promotoria foi quebrada, população tentando colocar fogo na delegacia. Quebraram o centro administrativo. Está um caos a cidade”, disse. 
Corpo de Bombeiros combateram princípio de incêndio no Fórum (Foto: O.J / Divulgação)
Ao G1, o comandante adjunto do Corpo de Bombeiros, Joabe Pereira, disse, por telefone, que o fogo foi controlado e o prédio não chegou a ser incendiado. Afirmou ainda que existem equipes dos Bombeiros no local.
De acordo com o delegado adjunto da Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI), Agnaldo Timóteo, homens do Batalhão de Choque, GTA e Polícia Militar de São Luís foram deslocados para a cidade na tentativa de conter o tumulto. “A cidade está um tumulto só e o policiamento foi reforçado. Já tem muita polícia lá e está sendo encaminhado mais policiamento para conter a população”, disse por telefone ao G1.
Pela tarde, a multidão cercou e chegou a tentar invadir a delegacia para linchar os quatro suspeitos de matar a criança, mas acabou contida temporariamente pela Polícia Militar, que foi acionada e contou com o apoio do Grupo Tático Aéreo (GTA). 
“A população revoltosa, se sentindo estarrecida com a morte violenta, onde a Maysa Moreno foi estuprada e esganada, tentou entrar na delegacia. Porém, o movimento foi controlado e os cinco suspeitos foram transferidos para Chapadinha, onde estão sendo feitas as oitivas. Todos os esforços estão sendo feitos para prender esse criminoso ou criminosos”, afirmou o delegado Dicival Gonçalves, superintendente de Polícia Civil do Interior.
Investigação
Maísa Moreno da Silva, de seis anos, desapareceu na noite de sábado de frente de sua residência e foi encontrada agonizando em um matagal na manhã de domingo. A pequena apresentava sinais de violência sexual e sinais de esganamento. A criança morava no bairro Queimadas, na cidade de
Urbano Santos.
A família chegou a oferecer uma recompensa de R$ 5 mil para quem ajudasse com informações que levassem a identificação dos autores do estupro e morte da criança. (relembre aqui)

Quatro pessoas foram detidas pela polícia e estão sendo ouvidas na Delegacia de Chapadinha, a 247 quilômetros de São Luís, segundo informou o delegado Dicival Gonçalves.

“Essa fase é uma fase de entrevista e interrogatório. O trabalho tem que ser feito porque a Polícia Civil tem que provar quem é o autor do crime. O exame na Maísa foi realizado pelos peritos, o sêmen (encontrado no corpo da criança) foi coletado para ser confrontado mais à frente para que não paire nenhuma dúvida sobre a autoria deste crime bárbaro. É muito prematuro, agora, a gente dizer qualquer nome. Tudo isso está sendo feito e retratado no inquérito policial, apesar de que a prisão do suspeito já foi feito para a Justiça”, explicou.